Flamengo joga com raça e vence com gol de Eduardo da Silva


João Paulo e Eduardo da Silva são abraçados após o gol
Foto: Paulo Sérgio/Lancepress!

O domingo do dia dos pais começara com um dia ensolarado e belo no Rio de Janeiro, mas o clima era de preocupação e certo otimismo dos torcedores de Flamengo e Sport para o confronto de hoje no maracanã. Quem vencesse conseguiria respirar e continuar trilhando seu objetivo no Campeonato Brasileiro. Objetivos opostos, necessidades semelhantes; essa foi a tônica de um dos jogos com o maior percentual de passes errados e com um volume de jogo bem pegado na parte defensiva. Não era apenas um jogo, mas uma decisão para ambas as equipes que tinham objetivos opostos, mas uma necessidade em comum, a vitória.




Não há nada como um domingo de dia dos pais com um Maracanã lotado, e nesse embalo a festa estava pronta. O palco tomado, o espectador devidamente uniformizado, só faltou capricho dos artistas nesse "espetáculo". Foi o terceiro jogo com a maior quantidade de passes errados, foram ao todo 63 passes errados, dois a menos em relação ao segundo e sete em relação ao jogo com o maior percentual de passes errados (Figueirense x Criciúma com 65 e Flamengo x Santos, com passes 70 errados). Mas na falta de técnica vem à raça e a força de vontade de ambas as equipes.

Alecsandro e Renê disputam a bola com muita valentia
Foto: Buda Mendes/GettyImages

A partida no Maracanã começou com de se esperar, muito nervosismo e erros de passes, mas o Sport com mais qualidade tomava a iniciativa, procurava mais o caminho do gol; para o Flamengo, apenas chutões em direção a Alecsandro. O time do Sport tentava atacar com certo perigo com Wendel pela esquerda e com Felipe Azevedo alternando com Augusto pela direita. O fato é que o time Pernambucano teve mais a iniciativa, tanto é que os números da partida mostraram um volume maior, as finalizações mostraram certa superioridade do Sport na primeira etapa.
Foram 7 arremates contra apenas 2 do Flamengo em todo o primeiro tempo.


Em dado momento o Flamengo adiantou sua marcação e começou a forçar o Sport a rechaçar as bolas e ter mais a bola, tanto é que na posse de bola até o fim do primeiro tempo a posse de bola era de 54 contra 44% de posse de bola, mas posse de bola não ganha jogo e o time flamenguista foi para o intervalo com um empate, mas poderia ter tomado um gol de Augusto após lindo lançamento de Rithely, mas Paulo Victor operou um milagre e salvou o Flamengo.

O primeiro tempo termina e ambas as equipes vão para o intervalo, mas Alecsandro deu a dica para a vitória do Flamengo: “Estamos com a marcação boa, mas isso não adianta se o time não por a bola no chão. Se continuarmos a dar chutão não vamos vencer, se colocar a bola no chão, teremos uma chance". - Concluiu o atacante do Flamengo na saída para o vestiário.

Léo Moura e Wendel em disputa de bola durante o jogo
Foto: Buda Mendes/GettyImages
Com o fim da etapa inicial, o técnico Vanderlei Luxemburgo promoveu uma alteração. Saiu Luís Antonio e entrou Lucas Mugni. Não surtiu o efeito esperado, mas em contra partida, compactou mais o meio-campo e o Flamengo voltou mais agudo. Já o Sport tivera que substituir seu defensor, Éwerton Páscoa que lesionou a coxa direita durante um choque com Paulinho na etapa inicial.

Depois das mudanças, o time do Flamengo voltou com mais volume e combateu de frente o time do Sport, começou a superar o time pernambucano e teve maior posse de bola e volume de jogo. O Flamengo insistiu, mas faltava uma peça, um "fator X" que determinasse o rumo da partida, então Luxemburgo decidiu mudar novamente e mudou de maneira surpreendente. Saíram Alecsandro e Paulinho, entraram Eduardo da Silva e Arthur. Já no Sport, Saíram Augusto e Wendel e entraram Zé Mário e Danilo.

Mais conciso dentro de campo, o time do Flamengo ganhou espaços e começou a ter mais liberdade nas laterais do campo. Mas o lance mais importante da partida nasceu no meio-campo. Hector Canteros, não foi muito participativo, mas com boa visão de jogo e qualidade no passe, percebeu a penetração de João Paulo pela Esquerda e o lançou até a linha de fundo, sem marcação o lateral chegou e Patric na base do desespero tentou vir no abafa, com isso, deixou um buraco livre na defesa do Sport.

Eduardo da Silva sobe alto para cabecear e fazer o gol
 da vitória do Flamengo Foto: André Durão
Quem poderia imaginar que um jogador desacreditado poderia decidir um jogo tão importante? Quem poderia acreditar que Eduardo da Silva, Carioca e Croata naturalizado, poderia decidir mesmo com tanta desconfiança? Pois ele entrou e mudou o jogo. No seu primeiro lance de perigo, polêmica, o jogador se envolve em um lance duvidoso com o jogador do Sport e cai na área, mas o árbitro não marca a penalidade e segue o jogo. Aos 39 minutos da etapa final, João Paulo recebe de Canteros, cruza na medida para Eduardo da Silva livre, ele cabeceia e estufa a rede do Sport e surpreende a todos. Com o gol o Flamengo venceu a partida e saiu da lanterna do Brasileirão. O time dirigido por Vanderlei Luxemburgo pode deixar a zona da degola já no próximo domingo se vencer o Coritiba fora de casa. Já o Sport amarga a segunda derrota seguida e começa a se desprender do pelotão de frente.



Opinião: O jogo não foi um primor técnico, mas foi de muita luta e valentia das duas equipes. Não foi um espetáculo técnico como deveria ser, mas foi um jogo de muita emoção do começo ao fim, faltou ao Sport calma no fim do jogo, o time se abriu de maneira irresponsável e deixou espaços para o adversário atacar. O cruzamento de João Paulo para o cabeceio livre de Eduardo foi sem dúvida, uma amostra da desatenção da defesa do Sport no final do jogo. Já o Flamengo, venceu por ter usado seu DNA, venceu por não ter baixado a cabeça e ter lutado até o fim, falta muita coisa para um time da grandeza do Flamengo, falta ainda padronizar o esquema tático e achar a melhor formação de cada jogador, mas é notório que o time já começa a ter certa organização dentro de campo. A pergunta que gostaria de deixar no ar é: - Se o técnico do Flamengo fosse Vanderlei Luxemburgo durante a parada para a copa, o time já estaria com um padrão de jogo definido?

Matéria de Bruno Godinho

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