Foi numa noite fria de Manchester que a seleção portuguesa venceu a Argentina 42 anos depois da última vitória usa sobre a seleção Alvi Celeste. Após 90 minutos de pouco ou nenhum futebol de qualidade, foi precisa a cabeçada certeira do jovem Raphael Guerreiro para aquecer um pouco os cerca de 40000 adeptos que com certeza já estavam arrependidos de ter comprado o bilhete para assistir ao duelo entre os dois maiores astros do futebol atual.
Para alguns este jogo, apesar de amigável, iria ter influencia na votação para a Bola de Ouro, mas com certeza que os 45 minutos jogados por Cristiano Ronaldo e Lionel Messi não foram nem de perto suficientes para ajudar os indecisos na hora de votar. Apesar de ambos nos terem brindado com alguns lances de magia, talvez a balança tenha pendido um pouco para o lado de Messi, um pouco por culpa da diferença de poderio entre ambas as equipas.
Durante a 1ª parte o domínio mais evidente foi da seleção da argentina, criando muitas oportunidades principalmente pelo lado direito dando muito trabalho ao estreante jogador do SC Braga, Tiago Gomes que apesar de ter de enfrentar jogadores como Messi, Pastore e Roncaglia, mostrou sempre estar concentrado e conseguiu apresentar uma exibição sólida no ponto de vista defensivo, demonstrando mesmo assim alguma ansiedade, natural para um estreante do Sporting de Braga que teve como missão travar as investidas de Lionel Messi.
O primeiro (e único) sinal de perigo real da seleção portuguesa na primeira parte ocorreu aos 29 minutos de jogo por parte do inevitável Cristiano Ronaldo, que após passe de Nani pela direita, fez 3 simulações dentro da área Argentina mas acabou por rematar por cima da baliza defendida por Guzman.
Do lado da Argentina durante a primeira parte, destaque para duas situações de perigo, uma por Di Maria aos 5 minutos de jogo, que após um mau passe de André Gomes, Messi recuperou a posse de bola e assistiu Di Maria para este atirar ao lado da baliza de Beto. Domínio total por parte da Argentina, que aos 11 minutos viu Lionel Messi aparecer nas costas do ansioso Tiago Gomes, e quase sem ângulo rematar e tirar tinta ao poste direito da baliza da seleção das quinas.
A primeira parte terminou entretanto, e não deixou saudades, seria de esperar um espectáculo bem melhor na segunda parte...mas tal não aconteceu (Van Gaal, treinador do Manchester United, foi visto a abandonar os estádio aos 72 minutos), as saídas de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi para as entradas de Ricardo Quaresma e Nico Gaitán contribuíram para que o jogo perdesse todo o interesse para aqueles que se deslocaram a Old Trafford para assistir a este jogo (seria a mesma coisa se o filme do Titanic não tivesse navios). Na segunda metade do encontro, a Argentina baixou a intensidade e o jogo naturalmente tornou-se (ainda) mais morto, não tendo ocorrido ocasiões de golo de maior relevo.
Portugal na segunda parte demonstrou mais uma vez a sua evidente dependência de Cristiano Ronaldo, mostrando-se ainda menos agressiva e atacando sem pés nem cabeça, destaque para Eder, que das poucas vezes que tocou na bola fez o que faz melhor...atrapalhou-se. Sem criar situações de perigo, Portugal conseguiu a poucos segundos do fim fazer o golo da vitória, após cruzamento de Ricardo Quaresma, o jovem de 20 anos do Lorient da Liga Francesa, Raphael Guerreiro mergulhou de cabeça para o seu 1º golo ao serviço da equipa Lusa na sua segunda internacionalização.
Destaque ainda para as estreias de Adrien Silva e Jonathan Silva jogadores do Sporting CP ao serviço da seleção portuguesa e argentina respetivamente.
Saudações do outro lado do Atlântico,
João Santos