No Brasil tivemos atacantes de todas maneiras, altos e baixos, rápidos e lentos, matadores, pontas, bagres, tem até aquele estilo de atacante que é encantado, mal sabe correr, mas a bola bate nele e entra. Entre jogadores fenomenais, outros que eu sequer vi o auge e já foram incríveis. Dos que ficaram de fora e das surpresa, essa foi sem dúvidas uma das melhores listas a se fazer.
Quando iniciou a carreira, Ronaldo ainda era Ronaldinho. Em 1993 pelo Cruzeiro, começou a escrever sua história. Era um jovem de 16 anos quando participou de uma excursão dos mineiros na Europa. Em um pouco mais de um ano, foram 46 jogos e 44 gols, sendo artilheiro da Supercopa em 93 com 8 gols em 6 jogos e do Mineiro em 94 com 22 gols em 18 jogos. Foi pra Copa de 94, não jogou e foi campeão, mas não voltou pro país, acertando com o PSV Eindhoven da Holanda. Foram duas temporadas no PSV e muito destaque na equipe holandesa. Logo de cara foi artilheiro da liga nacional com 30 gols, a segunda temporada foi interrompida com sua primeira séria lesão em Fevereiro de 96, uma contusão no joelho que tanto lhe atormentaria pelo resto da carreira. Saiu apenas com o título da Copa da Holanda, onde não jogou a final contra o Sparta Roterdã, mas uma incrível média de gols, marcando 54 vezes em 57 jogos. Foi para o Barcelona onde ganhou sua primeiro melhor do mundo pela FIFA em 96, foi artilheiro do Campeonato Espanhol com 34 gols, ganhando a Chuteira de Ouro, sendo campão e artilheiro da Supercopa Espanhola com 2 gols, marcando o gol do título da Recopa Européia e sendo um dos artilheiros e campeão da Copa do Rei, saindo ao fim da temporada para a Internazionale, depois de marcar 47 gols em 49 jogos. Na Inter, muitas contusões e apenas um título, mas sem dúvidas a equipe mais marcante do "Fenômeno". A única conquista por clubes foi a Copa da UFA em 98, onde marcou gol na final e foi vice-artilheiro. Foram apenas 99 jogos em temporadas e 59 inesquecíveis gols, Ronaldo que até seu início na Inter era veloz, forte, habilidoso, costurava defesas, saía de Milão em 2002 para o Real Madrid como outro jogador. Foram quatro temporadas em Madrid, uma La Liga, uma Intercontinental e uma Supercopa Espanhola e artilheiro da La Liga em 2003-2004 com 25 gols, Ronaldo saiu pelas portas dos fundos por conta do alto peso, voltando pra Milão no início da temporada 2006-2007, depois de marcar 104 gols em 177 jogos. Novamente as contusões o atormentaram e em duas temporadas, jogou apenas 20 partidas, muitas delas incompletas e marcou 9 gols. Saiu em 2008 e começou a treinar no Flamengo, time do coração, mas em 2009, assinou com o Corinthians e enfureceu os rubro-negros que o chamaram de traidor. No Timão foi campeão paulista, onde foi o melhor jogador do torneio e da Copa do Brasil, contusões, o excesso de peso e o extra-campo badalado, fizeram o jogador ter alguns problemas com a torcida, aposentando melancolicamente em 2011, após o vexame contra o Tolima na Libertadores, marcando 35 gols em seus 69 jogos pelo alvinegro da capital paulista.
2-Romário
Se eu não vi o auge dele e mesmo assim ele está nessa posição, imagina se tivesse visto tudo. "Ensina, Romário" cabe pra muita gente hoje, o Baixinho era fenomenal, entre 1985 e 2009, passou por Vasco da Gama, PSV Eindhoven, Barcelona, Flamengo, Valência, Fluminense, Al-Saad do Qatar, Miami FC, Adelaide United da Nova Zelândia e América-RJ. Foram 898 gols em jogos oficiais, 24 títulos conquistados por clubes e Seleção, 27 artilharias e mais de 50 prêmios individuais, como o de Melhor do Mundo da FIFA em 1994. Frio, polêmico, artilheiro, jogadores que nem Romário fazem falta, prefiro então um texto curto que mostra a dimensão do Baixinho do que um longo que falte algo.
3-Neymar
Ele tem apenas 23 anos e já é TOP 3 nessa lista, pode ainda fazer muito mais. Sétimo maior artilheiro da história da Seleção Brasileira, 38 prêmios individuais, três artilharias na carreira, Chuteira de Bronze da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo de 2014, vice-artilheiro do Barcelona na atual temporada, tri-campeão Paulista, Campeão da Libertadores, da Recopa Sul-Americana, da Copa do Brasil, da Copa das Confederações e da Supercopa Espanhola, isso tudo com apenas seis anos de profissional, acumulando prêmios e taças. Revelado em 2009 pelo Santos, ficou até o meio de 2013 no clube praiano, jogou 230 partidas e marcou 138 gols, conquistando seis títulos, conquistando a Bola de Ouro do Brasileirão em 2011 e três Bolas de Prata, sendo três vezes Chuteira de Ouro da Placar, um prêmio Arthur Friederich de artilheiro do país no ano, vencedor de uma Prêmio Craque do Brasileirão e três vezes na Seleção do Campeonato, uma vez na Seleção da Libertadores, duas vezes eleito melhor jogador do Brasileirão pelo Mesa Redonda e duas vezes eleito melhor jogador Sul-Americano do ano. Chegou no Barcelona depois de ganhar a Copa das Confederações e logo ajudou a conquistar a Supercopa Espanhola. Depois de uma primeira temporada irregular na Catalunha, já fez 45 gols em 82 jogos pelo Barcelona e pode se consagrar ao lado de Lionel Messi, principal estrela do clube, já que ainda luta pela Champions, está na final da Copa do Rei e é líder do Campeonato Espanhol.
4-Bebeto
Fiel escudeiro de Romário em 1994, vi pouco de seus bons momentos, vi um melancólico fim de carreira, mas suas passagens por Botafogo e apesar de ser criticado, foi muito bem no Flamengo em 1996. Revelado pelo Vitória em 1982, começou a chamar atenção do país na temporada seguinte quando foi pro Flamengo e logo de cara conquistou o título Brasileiro, mas como reserva da equipe de Carlos Alberto Torres. Ainda ganhou o Carioca em 1985, além da Copa União em 1987, marcando o gol do título. Depois de ser artilheiro dos cariocas em 88 e 89, foi para o Vasco, clube de seu coração no meio de 1989. No time cruzmaltino foi campeão Brasileiro, saiu em 1992 depois de ser artilheiro do Brasileirão e foi para o Deportivo La Coruña da Espanha. Logo na primeira temporada foi artilheiro da La Liga, foi ainda campeão da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha. Quando voltou para o Brasil em 1996, começou a peregrinar. Rodou por Flamengo, Sevilla da Espanha, Vitória, Cruzeiro, Botafogo, Toros Neza do México, Kashima Antlers do Japão, Vasco da Gama e Al-Ittihad da Arábia Saudita aonde se aposentou em 2002. Três Copas do Mundo, ganhando uma delas com destaque e sendo vice-campeão de outra, Bebeto merece a sua posição.
Talvez esperassem algum outro jogador, mas toda lista tem que ter a surpresa. Revelado em 1992, pelo Guarani de Campinas, Amoroso logo foi emprestado ao Verdy Kawasaki e ficou por lá até o fim de 93 quando foi campeão da J-League. Voltou ao time campineiro em 1994, quando foi artilheiro e Bola de Ouro do Brasileirão. Saiu do time do interior de São Paulo em 1996, quando foi para o Flamengo. Foram três meses na equipe carioca até sair para a Udinese da Itália no mesmo ano. Foram três anos na equipe italiana e uma artilharia da Serie A, tamanho destaque fez o brasileiro ir para o Parma. Na equipe da Parmalat, não se firmou, apesar de ter marcado gols importantes, a concorrência não o dava tanto tempo de jogo, conquistou apenas uma Supercopa Italiana onde não atuou. Em 2001, foi para o Borussia Dortmund e chegou com tudo, conquistando a Bundesliga e a artilharia do torneio, ainda levando a sua equipe ao vice-campeonato da Copa da UEFA, onde marcou gol na final e um hat-trick sobre o Milan em vitória por 4x0 na semifinal. Na temporada 2003-2004, jogou apenas 4 partidas e marcou 4 gols, graças a fortes contusões, saindo no meio de 2004 para o Málaga da Espanha. Em um ano de La Liga, não conseguiu se destacar e acabou saindo pro São Paulo em 2005. Ao lado de Luizão, assim como nos tempos de Guarani, Amoroso desencantou, chegou durante a semifinais da Libertadores e marcou gol contra o River Plate na Argentina e abriu o placar no jogo do título contra o Atlético-PR. Depois foi campeão mundial e foi um dos artilheiros do torneio com os 2 gols feitos contra o Al-Ittihad da Arábia Saudita na semifinal. Em 2006, foi pro Milan, pouco jogou e perambulou por Corinthians, Grêmio, Aris Salônica da Grécia e se aposentou em 2010 pelo Guarani. Na Seleção Brasileira, jogou apenas 20 partidas e mesmo assim marcou 10 gols, 4 deles no título da Copa América de 1999, onde fez um trio mortal com Ronaldo e Rivaldo artilheiros da competição com 5 gols. Amoroso não teve vida longa na Seleção, talvez por nunca ter jogado em times de ponta da Europa, pelas contusões em momentos importantes, mas nunca pela falta de futebol.
Por Luca Laprovitera