Joseph Blatter afirmou hoje que renuncia ao cargo de presidente da FIFA, menos de uma semana depois de vencer pela quinta as eleições. O suíço foi a apenas o oitavo presidente da entidade em assustadores 111 anos e em seu mandato, os casos de corrupção foram escancarados, mas não vamos pensar que isso era exclusivo dele e sim, algo que sempre existiu no esporte e com os avanços de investigação, investimento e necessidade do mundo moderno de se informar e saber de tudo, sua gestão ficou marcada por isso, inclusive sendo o principal motivo para sua saída.
Seu mandato não foi um completo desastre, investiu na mídia da FIFA, trouxe para a entidade pátrias esquecidas como a Palestina para o esporte, intensificou o investimento nos torneios de base e feminino (esse a passos de tartaruga, mas fez), criou o Mundial de Clubes e unificou o prêmio de melhor do mundo. Agora em um termo geral, Blatter não foi um bom presidente, atrasou muita coisa, deixou de investir em outras e fez da FIFA um lugar cheio de pessoas que não se deveriam ter a menor confiança, arruinando a imagem do principal esporte do planeta, mas o que ganha o futebol com sua saída?
Até agora nada. O Príncipe Ali, que defende que as nações muçulmanas devem seguir a risca a religião islâmica e até hoje não mostrou lá muita coisa pelo esporte deve perder força para Platini, que também na frente da UEFA não se mostrou flor que se cheire e deixou claro que quer 'europizar' ainda mais o futebol. Figo que desistiu de última hora, enquanto jogador não era dos mais confiáveis e sempre se meteu em diversas polêmicas desnecessárias e era conhecido por assinar dois contratos, levar o dinheiro das duas equipes e criar sempre empecilhos com isso.
A melhor opção passada foi a primeira a sair da disputa na primeira vez e até agora não se pronunciou, o holandês Michael van Praag foi de enorme sucesso enquanto esteve a frente do Ajax nos anos 90, sendo campeão europeu, mundial e revelador de uma das maiores gerações do futebol moderno, mas sobre disputar o cargo fica difícil, já que não teria o forte apoio de Platini nesse momento.
Então, o futuro é incerto, não adianta tirar o que está ruim para colocar algo pior. Blatter ainda deve apontar um sucessor, nomes como o francês Jerome Valcke que tem um gênio bastante difícil e também não está livre das investigações, o argentino Humberto Grandona que vem tendo sucesso treinando as Seleções de base da Argentina, mas fica marcado por ser filho do eterno presidente da AFA (Asociación del Fútbol Argentino), Julio Grandona, diversas vezes envolvido em casos no mínimo contestáveis e até Pelé.
No fim, é torcer para algum salvador entrar, mas hoje, as soluções apresentadas não foram as melhores.
Por Luca Laprovitera