Felipe Ximenes não é mais diretor de futebol do Flamengo

Após seis meses como diretor de futebol do Flamengo, Felipe Ximenes deixa o cargo que assumiu em Junho e agora o clube Carioca vai ao mercado a procura de um novo diretor. O nome mais provável é de Rodrigo Caetano que deixou o Vasco recentemente, mas por hora não passa de especulação nos bastidores rubro-negros. 

A demissão ocorreu na manhã desta quarta-feira após o treino, Felipe Ximenes foi chamado para uma reunião com Alexandre Wobrel que é o vice-presidente de futebol e Fred Luz, CEO do clube Carioca. 

Ximenes disse que se sente com o dever cumprido e lamenta não ter tido mais tempo para trabalhar, mas ressalta que fez tudo o que pode nesta curta passagem pelo clube. Leia a carta na íntegra do ex-dirigente. 

"Ao ser comunicado hoje pelo Clube de Regatas do Flamengo da rescisão prematura do meu contrato de trabalho, após seis meses da minha chegada, deixo o clube com a certeza de ter feito o melhor para que a equipe retomasse o rumo de volta ao lugar que cabe ao Flamengo e sua história dentro do futebol brasileiro.

Encontrei um cenário totalmente adverso: o time sob o comando do segundo treinador no ano, ocupando a 19 posição na tabela do Campeonato Brasileiro e uma forte pressão para contratações durante a parada para a Copa do Mundo.

Desempenhei minha função pautado pelo profissionalismo que rege minha carreira, do qual me orgulho e não abro mão. Liderei a troca de treinadores de forma absolutamente ética, sugeri o nome do substituto e o apresentei à imprensa.

Liderei a rescisão dos contratos de alguns jogadores que o clube considerava não estarem dentro do perfil necessitado pelo Flamengo naquele momento e suportando a pressão externa e interna do clube, estive a frente do processo das duas únicas contratações feitas naquele período, Canteros e Eduardo da Silva, que se revelaram nomes de destaque na recuperação  elenco.

Durante esse período, houve trocas de comando, com o cargo de Vice-presidente de Futebol do clube tendo sido ocupado por algumas pessoas, começando por Wallin Vasconcellos, o próprio Eduardo Bandeira, passando por um conselho com seis nomes e culminando com Alexandre Wrobel, que conta com ainda com um Conselho de quatro outros membros. Segui meu trabalho com a mesma lealdade, honestidade e profissionalismo em todas as gestões.

Hoje o Flamengo aparece em 9 lugar na tabela do Brasileiro e se está ainda distante dos times que escreveram a história vitoriosa do clube, também livre de qualquer ameaça de cair para a segunda divisão do futebol brasileiro, temor de todos, quando fui contratado. Mais que isso, está mais organizado para se planejar daqui para frente.

Ao aceitar o convite para ser o Diretor Executivo do futebol do Flamengo acreditava poder colaborar com a profissionalização do clube, uma bandeira da diretoria. Rescindi um contrato pela primeira vez na minha história profissional, com o Esporte Clube Vitória, e mudei para o Rio de Janeiro confiante em um trabalho de longa duração como outros que desenvolvi ao longo de 30 anos de vida dedicada ao esporte e que me rendeu reconhecimento e a convicção de que estava no caminho certo. O futebol brasileiro deve buscar de forma incessante a profissionalização em todos os setores, no cenário atual não cabe mais uma administração sem funções definidas e executadas por pessoas preparadas para cada uma delas.

Lamento não ter podido avançar nesse trabalho e agradeço à direção do Flamengo pelo convite feito. Trabalhar no clube é sempre uma honra para qualquer profissional. Espero que o Flamengo encontre o caminho de grandes conquistas enquanto seguirei minha trilha com disposição para o trabalho, seriedade e ética."
 - Finalizou o ex-diretor. 
Matéria de Bruno Godinho

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