Superliga Brasileira de Vôlei – Um Panorama das Temporadas 2013/2014 e 2014/2015



A temporada 2013/2014 da Superliga Brasileira de Vôlei  foi marcada por uma inversão de papeis: a disputa masculina, que é marcada por um maior número de campeões, vê o surgimento de uma potência que ainda não encontrou quem pode pará-la; no feminino, uma hegemonia de nove anos seguidos foi quebrada por uma equipe com apenas 3 anos de vida.

 O Sada Cruzeiro Vôlei foi imbatível. Foi campeão da Superliga Brasileira, após vencer o Sesi-SP em uma final disputada em jogo único. Desde o início, o Sada Cruzeiro se mostrava o principal candidato ao título, apresentando atuações impecáveis e jogos memoráveis. O título foi apenas uma confirmação do que já se esperava. O segundo lugar do Sesi-SP evidenciava a queda de rendimento da equipe, que desde 2011 não consegue vencer a competição. Além disso, boas surpresas como o ponteiro Bruno Canuto, eleito a melhor recepção do torneio, e o Vôlei Brasil Kirin, de Campinas, que ficou em terceiro lugar, mostraram que a renovação está acontecendo nos times menos badalados.

Na atual temporada, o Sada Cruzeiro investiu na manutenção do plantel, que é praticamente o mesmo da temporada passada, e realizou contratações pontuais, como o ponteiro canadense Winters, que chegou para dividir com Felipe a responsabilidade da recepção. É o principal candidato ao título, lidera a Superliga após o término do primeiro turno e venceu jogos contra seus principais oponentes. 

O Sesi-SP manteve seus principais jogadores e contratou reforços para áreas carentes, como a ponta e o levantamento.  Porém, ainda não vingou e vem perdendo jogos fáceis. Terá um caminho duro pela frente e, possivelmente, não se classificará para a semifinal. O Brasil Kirin mantém o embalo da temporada anterior e se mantém na terceira colocação, posição que deverá manter até o fim do campeonato. É o time de Taubaté a grande surpresa. Criado em 2014, conta com jogadores importantes da Seleção Brasileira, é o atual vice-líder da competição e presença certa na final. Times como Minas e Maringá têm elenco e competência para se classificarem a uma semifinal. Qualquer resultado além desse, porém, será mais creditado ao baixo rendimento dos favoritos do que à qualidade técnica que possuem.

A Superliga Feminina de Vôlei 2013/2014 apresentou, pela primeira vez em 9 anos, uma equipe diferente na disputa da final. Desde 2004/2005, o jogo decisivo ficou restrito aos times de Rio de Janeiro e Osasco, com um histórico de 6 x 3 para as cariocas. Foi o Sesi-SP o responsável pela quebra da tradição. Assim como o Rio de Janeiro, teve um campeonato irregular, com um início apagado e crescimento na reta final. Os dois times conseguiram surpreender as duas outras potências: O Amil/Campinas, comandado pelo treinador da seleção feminina; e o próprio Osasco, que venceu todos os seus 28 jogos até então, perdendo somente para o Sesi-SP na semifinal. Na final, as cariocas levaram a melhor, em um jogo marcado pela comemoração das paulistas mesmo após a derrota. A notícia triste foi o fim do patrocínio da Amil ao time de Campinas, o que deixou diversas jogadoras desempregadas.

Atualmente, o Rio de Janeiro recuperou sua hegemonia e lidera com folgas a competição. O Sesi-SP continua mostrando regularidade e é o vice-líder. Osasco vem em terceiro, apesar de ter demonstrado queda de rendimento nos últimos jogos. As grandes surpresas da temporada são o Pinheiros, time que conta com baixa orçamento e jogadores jovens, em quarto lugar, e o Praia Clube, que possui time capaz de chegar à final, mas que sofre com a irregularidade de suas jogadoras. Brasília Vôlei e Minas Tênis Clube se destacam mais por suas jogadoras do que pela técnica: o time da capital nacional conta com as experientes Paula Pequeno e Erica Coimbra, enquanto a equipe mineiro trouxe Waleska e Carol Gattaz, além de Jaqueline, titular da seleção. Para as duas equipes, a semifinal é um objetivo difícil, porém possível de ser alcançado. O vôlei feminino está mais sujeito a surpresas ocasionadas pelo emocional. Porém, o título não deverá fugir das quatro primeiras colocadas no momento, sendo que as cariocas têm ligeira vantagem na corrida pela taça.

Por Luiz Gustavo Lima.

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