Raí foi daqueles jogadores que ficou famoso entre os que gostavam e não gostavam de futebol. Para os apreciadores do esporte bretão, um grande meio-campista, de muita inteligência e bastante técnico. Para os que não eram muito fãs do futebol, alguns o admiravam porque sempre foi considerado bonitão, outros simplesmente por ser irmão de Sócrates, mas mesmo tendo um irmão tão grande pro esporte, o ex-meia conseguiu sair desvencilhar do irmão e ter uma grande e própria carreira.
Natural de Ribeirão Preto, no interior paulista. Foi no Botafogo, clube da cidade que começou nos profissionais em 1984. Ficou por lá até 1986, quando foi emprestado para a Ponte Preta para a disputa do Brasileirão. Retornou ao Botafogo em 1987, e suas boas atuações no Paulistão onde comandou a equipe ao 2º lugar da Primeira Fase, o levaram à Seleção Brasileira para jogar a Copa América e quase foi contratado pelo Corinthians, mas foi para disputar a Copa União (Campeonato Brasileiro de 1987) que Raí foi parar n São Paulo.
No tricolor paulista, o meio-campo jogou por 6 anos, conquistando praticamente tudo e sendo atrás apenas de Rogério Ceni, o principal jogador da história do São Paulo. Até sair pro PSG da França no meio de 1993, Raí venceu três Paulistões, um Brasileiro, duas Libertadores e uma Intercontinental. No futebol francês foi ídolo, levou o Paris Saint-Germain a diversos títulos. Mas para a Seleção Brasileira, sua história terminou depois da participação ruim na Copa do Mundo de 1994, mesmo iniciando o torneio com a camisa 10, titularidade e como capitão, perdeu a vaga no time nas Oitavas-de-Final e marcou apenas um gol, de pênalti, em cinco jogos disputados. Depois disso, só retornou a jogar pela Canarinha em 1998, em jogo amistoso contra a Argentina no Maracanã, em partida que Cláudio López acabou com o jogo, e o artigo sobre ele que você vê aqui.
Depois do sucesso na França, foi hora de voltar ao São Paulo. A estréia, na grande final do Campeonato Paulista de 1998 contra o Corinthians. O Timão havia vencido o primeiro jogo por 2x1. Ao lado de Denílson e França, Raí marcou um gol de cabeça e garantiu o título tricolor ao vencerem por 3x1. Sua passagem final pelo São Paulo foi marcada por algumas contusões, aposentando em 2000, depois da derrota pro Sport Recife no Almeidão, em João Pessoa, pelas semifinais da Copa dos Campeões daquele ano.
Títulos:
Campeonato Paulista: 1989, 1991, 1992, 1998 e 2000 (São Paulo)
Campeonato Brasileiro: 1991 (São Paulo)
Copa Libertadores da América: 1992 e 1993 (São Paulo)
Copa Intercontinental: 1992 (São Paulo)
Copa do Mundo: 1994 (Seleção Brasileira)
Campeonato Francês: 1993-1994 (Paris Saint-Germain)
Copa da Liga Francesa: 1994-1995 (Paris Saint-Germain)
Copa da França: 1994-1995 e 1997-1998 (Paris Saint-Germain)
Supercopa da França: 1995 (Paris Saint-Germain)
Recopa Européia: 1995-1996 (Paris Saint-Germain)
Bola de Prata 1989
Artilheiro do Campeonato Paulista de 1991
Meio-campista da "Equipe Ideal" Brasileira do Estadão de 1992
Melhor jogador da Copa Intercontinental de 1992
Melhor jogador Sul-Americano de 1992
Equipe Européia do Ano da ESM de 1995-1996
Prêmio Laureus "Sport for Good" de 2012
Botafogo-SP (1984-1987): 38 jogos e 10 gols
Ponte Preta-SP (1986): 28 jogos e 10 gols
São Paulo-SP (1987-1993): 393 jogos e 128 gols
Paris Saint-Germain-FRA (1993-1998): 217 jogos e 74 gols
São Paulo-SP (1998-2000): 24 jogos e 3 gols
Seleção Brasileira: (1987-1998): 51 jogos e 17 gols
Total: 751 jogos e 242 gols
Por Luca Laprovitera