E o tempo no Rio de Janeiro vai fechando para os times cariocas e seus torcedores. Após a segunda rodada do Campeonato Brasileiro, a pessimista previsão da participação carioca vai se confirmando e se transformando em realidade. Com exceção ao Botafogo que possui duas vitórias na série B e caminha bem, até então, para voltar à elite, Flamengo, Fluminense e o campeão carioca, Vasco, sofrem perante seus rivais na série A.
Clima pesado nos clubes do Rio de Janeiro. (FOTO: diariodorio.com) |
Agora com adversários mais fortes que os enfrentados nos estaduais, os três demonstram com mais clareza suas deficiências, que são muitas: Vasco por exemplo tem sérias dificuldades em atacar e construir jogadas de infiltração, o Flamengo se mostra um time refém de sua própria velocidade, tendo sucesso apenas nos contra ataques praticamente. E o Fluminense sofre com sua organização tática, especialmente na zaga, onde comete erros de posicionamento lance após lance.
O Vasco estreou em casa com o Goiás e visitou o Figueirense agora na última rodada, obtendo dois empates sem gols. O Flamengo abriu sua participação contra o time misto do São Paulo na capital paulista, e recebeu em casa o Sport no último domingo. Em ambos foi dominado todo o tempo praticamente, exceto nos últimos 25 minutos no Maracanã. Obteve uma derrota e um empate (com gol já aos 50 minutos de jogo). E o Fluminense começou bem contra o modesto Joinville. Ao menos durante os primeiros 20 minutos de jogo, quando caiu de rendimento após ficar com um a mais em campo. Conseguiu um gol no final do jogo, numa das poucas chances que teve. E só. Devem estar se questionando sobre a segunda partida tricolor. A meu ver, o Fluminense deveria estar com uma partida a menos na tabela, pois não entrou em campo, não viu a cor da bola, e foi totalmente dominado pelo Galo, perdendo por apenas 4 a 1.
Triste realidade dos cariocas, porém já prevista durante, e após, o estadual. Com isso, a pressão já começa a surtir efeitos. Torcida já cobra com mais ênfase, as coletivas já ficam mais tensas e os técnicos, obviamente, começam a ficar ameaçados. Destes, Doriva tem em sua defesa, que não perdeu ainda e ganhou o carioca. Além da política do Eurico Miranda de não trocar de técnico com facilidade. Luxemburgo já tem seu trabalho questionado desde a eliminação do carioca, enquanto que o Drubsky é pressionado desde que foi contratado. Dos três, certamente o tricolor é o que tem o caminho mais difícil em se manter na teoria, uma vez que não faz parte do grupo de técnicos "de nome", que se sustentam mesmo nas adversidades. Além disso, o Flu tem uma sequência de jogos no Maracanã, o que em tese é bom para pontuar e voltar a vencer, mas caso ocorram novas derrotas, a pressão tende a ficar insustentável, ainda mais porque vem um Fla-Flu já na quarta rodada.
Resta aguardar e acompanhar o desempenho dos times do RJ nas próximas rodadas. Minhas aposta é que logo uma dança das cadeiras irá ocorrer na Cidade Maravilhosa, pois não vejo uma melhora muito grande no futebol jogado num período curto. Espero estar equivocado.
Rapidinha: não deu nem para avaliar se o Galo curou a tristeza da eliminação da Libertadores, mas certamente é um dos candidatos ao título desse ano.
Acabou o amor: e o Grêmio acaba de confirmar a saída do Felipão. Até em Porto Alegre, onde o técnico encontrou consolo e "carinho" após a péssima copa do mundo, os gremistas pressionaram e pediram a cabeça do treinador.
Por Ronie Attayde