Dinheiro é tudo no futebol?

Clube mais gastou e contratou no país 2015,
Palmeiras ainda não venceu clubes da Série A esse ano
Nos anos 90, clubes brasileiros entraram na onda das parcerias, a mais vitoriosa sem dúvidas foi a da Parmalat com o Palmeiras. No geral foram dois títulos brasileiros, Copa do Brasil, Libertadores, craques e diversos outros títulos marcaram história no Parque Antártica. Hicks e Muse com Corinthians e Cruzeiro, ISL com Flamengo e Grêmio, Nations Bank com o Vasco, a própria Parmalat com Paulista de Jundiaí e Juventude, o Banco Excel com Corinthians, América-MG, Botafogo e Vitória foram outras que marcaram a década final do último século. Algumas deram certo, outras deram muito errado, gerando dívidas e rebaixamento. O fato é que a parcerias entraram em desuso na época por quase falir o futebol nacional, gerando uma dependência financeira dos clubes que tentavam na época segurar suas grandes estrelas do ascendente do futebol global europeu, que começava a investir milhões e deixar o resto do mundo muito para trás em clubes com suas cifras gigantescas. 

Nos anos 2000, as parcerias foram raras, o Corinthians ainda teve uma última tentativa com a MSI que rendeu a contratação de estrelas como Tévez e Mascherano, além de um polêmico título Brasileiro, mas no fim, vários escândalos de corrupção e um time rebaixado fizeram encerraram de forma desgastante esse tipo de conduta. Em Dezembro passado, Fluminense e Unimed finalizaram a última e grande parceria dos principais clubes brasileiros, depois de quinze anos juntos. No início um Fluminense na Série C e hoje, um tricolor carioca que já foi finalista de Libertadores, campeão de Copa do Brasil e bi-Brasileiro. Na Europa, parcerias também existiram, a Parma com a Parmalat é um exemplo claro, mas desde que o russo Roman Abramovich comprou o inglês Chelsea, o futebol do velho continente passou a ter diferentes métodos. Na Premier League Inglesa, doze das vinte equipes pertencem a donos estrangeiros, a maioria dos clubes nas quatro principais divisões são geridos por empresários e não pertencem em si a torcida. 

Depois do sucesso na Inglaterra, que por clubes dominou o futebol europeu por alguns anos, e ainda hoje tem o que se considera a melhor e mais forte liga do planeta, a prática migrou para outros países. Na França, o PSG foi comprado em Junho de 2011 pelo catari Nasser Al-Khelaïfi que levou estrelas como Ibrahimovic, Pastore e Cavani durante os anos para a equipe parisiense. Meses depois, o Mônaco que na época jogava a Ligue 2 (Segunda Divisão Francesa) foi comprado pelo russo Dmitry Rybolovlev.

Voltando à Inglaterra, o Chelsea se firmou como uma grande força, o também bilionário Manchester City vem nos últimos anos lutando por títulos na terra da rainha, mas outras equipes compradas por ricaços como Queens Park Rangers e Cardiff City não deram certo. Constantemente lutando contra o rebaixamento e sem conseguir se firmar sequer na Premier League, essas equipes são o outro lado da moeda, enquanto equipes mais modestas financeiramente como o Southampton luta por Champions League desde a última temporada, investindo em jogadores baratos e nas categorias de base. 

Na França, o PSG domina o país nas últimas temporadas. Porém, ainda não conseguiu grandes feitos a nível de Europa. Desde sua compra em 2011, o clube francês nunca conseguiu grandes feitos a nível continental, e chega pela terceira vez seguida as quartas-de-final da Champions, onde foi eliminado nos últimos dois torneios por Chelsea e Barcelona. No primeiro ano como 'novo rico', o PSG caiu ainda na fase de grupos da UEFA Europa League, caindo para o vice-campeão do torneio Athletic Bilbao e para o modesto clube austríaco Red Bull Salzburg. 

Claro que o dinheiro é importante, com ele se existe uma grande liberdade para montar equipes vencedoras. Exemplo disso são Chelsea e Real Madrid, mas saúde financeira não é tudo. Uma boa equipe tem que ser bem montada, não adianta contratar grandes estrelas como o Flamengo em 2000 que tinha nomes como Gamarra, Petkovic, Alex e Denílson, mas ficou apenas em 15º lugar entre as 25 equipes que jogavam o Módulo Azul da Copa João Havelange. Nesse ano, Palmeiras contratou dezenove jogadores, nomes como Zé Roberto, Dudu e Arouca mexeram com o brio da torcida alviverde que se animou para a temporada. O Verdão foi time que mais gastou nessa janela de transferências, e que mais lucra atualmente no país. Mesmo assim não conseguiu vencer um jogo sequer contra os adversários de Série A do Brasileiro, perdendo em casa para Ponte Preta e Corinthians, e no último domingo para o Santos na Vila Belmiro.

Como diz o ditado menos popular: "Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda". É claro que no futebol ele se repete, time com dívida ou sem dinheiro raramente dá certo, apesar de existirem diversos casos no esporte. Não é todo clube que rasga dinheiro que consegue vencer, mas no futebol é mais do que comprovado que mais do que dinheiro, se precisa organização e planejamento para conseguirem os objetivos.

Por Luca Laprovitera

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