Continuando a saga dos TOP's, chegamos agora aos laterais-esquerdos. Depois dos direitos, a mais difícil de se fazer pelo material humano, mas com nomes consagrados e outros que poderiam muito bem estar na lista por outras posições. Vale lembrar que a lista é pessoal e só contam jogadores que eu acompanhei de 1996 até hoje.
Assim como muitos craques do futebol nacional, Roberto Carlos começou a carreira em um time modesto. Foi pelo União São João de Araras em 1990, ficou por lá até ser emprestado ao Atlético-MG no fim de 1992, suas boas atuações pela equipe do interior paulista inclusive o levaram a Seleção Sub-20 e até a profissional. Mesmo jogando por um time de Segunda Divisão, o lateral foi convocado por conta de suas ótimas atuações. Com o destaque, Roberto foi para o Palmeiras em 1993, onde foi bi-campeão brasileiro e paulista, se transferindo para a Internazionale de Milão em 1995. A temporada para sua equipe foi ruim, mas o lateral foi um dos poucos que conseguiram ir bem e se transferiu para o poderoso Real Madrid no ano seguinte. Foram onze anos no Santiago Bernabeu, três Champions League, quatro títulos espanhóis, em Madrid foi eleito o segundo melhor do mundo em 97, duas vezes o defensor da Europa, eleito o melhor lateral da história do clube, o quarto maior jogador do gigante time, 11º jogador com mais jogos e o estrangeiro que mais entrou em campo pelo Real. Ídolo, saiu em 2007 para o Fenerbahçe da Turquia. Em dois anos e meio, conquistou torcedores e virou ídolo. Em 2010, foi para o Corinthians. Em um pouco mais de um ano no Parque São Jorge, se destacou muito dentro de campo, mas seus problemas extra-campo, acabaram minando sua passagem junto a torcida. Acabou em Fevereiro de 2012 indo para o Anzhi da Rússia, onde se aposentou no fim do outro ano. Veloz, forte, potente, dono da perna esquerda mais mortal dos últimos anos, Roberto Carlos definitivamente não teve culpa na derrota para a França em 2006, mas teve culpa em ser um dos melhores, mais completos e importantes laterais da história.
Me peguei em dúvidas se colocava, Maldini na lateral ou na zaga. Pelo material humano e por conta de ter jogado maior parte da carreira pela lateral, acabou ficando aqui na segunda posição. Filho do imortal Cesare Maldini, Paolo começou a carreira em 1985, pelo clube que vestiu a camisa por vinte e quatro anos, o Milan. Ao longo de tantos anos, foram sete títulos italianos, uma Copa Itália, cinco Supercopas Italianas, cinco UEFA Champions League, cinco Supercopas Européias, dois títulos Intercontinentais e um Mundial de Clubes. Segundo melhor jogador do mundo pela FIFA em 1995, Maldini jogou quatro Copas do Mundo, mas acabou não vencendo nenhuma, sendo vice em 1994. Grande defensor e bastante inteligente, sabia usar muito bem a lateral do campo, mesmo sem ser um exímio jogador pela frente. Imortal e genial, Maldini deixa saudades.
Aos 31 anos, podemos dizer que já vimos o suficiente do capitão do tetra alemão para figurar nessa lista. Lahm poderia muito bem estar na lista dos melhores laterais-direitos, mas como só colocarei por uma posição, vem para a esquerda, onde viveu seu auge, apareceu para o futebol e conseguiu a maioria dos prêmios individuais. Lahm começou pela equipe B do Bayern em 2001 e teve até uma oportunidade pela equipe principal contra o Lens na Champions de 2002, com muito destaque e poucas experiência, foi emprestado ao Stuttgart em 2003. Por lá virou lateral-esquerdo e com suas boas atuações foi convocado para a Euro de 2004. Voltou para o Bayern em 2005 e logo ganhou a titularidade, suficiente para garantir seu lugar na Copa de 2006, onde foi titular e melhor lateral-esquerdo do torneio. Ídolo e capitão de Bayern, se aposentou da Seleção Alemã depois da Copa de 2014. Campeão de quase tudo que se pode imaginar, Lahm se destacou pela direita, esquerda e agora até no meio-campo com Pep Guardiola. Visão de jogo, técnica e senso tático inconfundível, Lahm é sem dúvidas o melhor lateral de sua geração.
4-Bixente Lizarazu (França)
Atualmente ele é lutador de jiu-jitsu, durante a carreira estava bem abaixo de Maldini e Roberto Carlos. Revelado em 1986 pelo Bordeaux, jogou seus três primeiros anos pela equipe B, só se firmando no time titular em 1989. Ficou por lá até 1996, quando foi jogar no Athletic Bilbao, com contusões e rendimento abaixo do esperado, se transferiu para o Bayern de Munique ao fim da temporada. Foi na Alemanha que viveu seus melhores momentos, mas ao mesmo tempo, sempre lutou com as contusões que não deixaram ter um melhor desenvolvimento na carreira. Saiu em 2004 para o Marseille, ficou seis meses e voltou para Bayern, mas com o fim de carreira se aproximando e a ascensão do jovem Philipp Lahm, Lizarazu se aposentou ao fim da temporada 2005-2006. Técnico e de ótimo cruzamento, muitos talvez não se lembrem tanto do lateral francês campeão do mundo em 98 e da Europa em 2000, mas bastante competente e de estilo discreto, fazia seu papel de forma muito competente.
Ainda em atividade, mas já em fim de carreira, Ashley Cole foi amado e odiado por duas das maiores torcidas de Londres. Controverso durante a carreira, foi revelado pelo Arsenal em 1998. Em 99 foi emprestado ao Crystal Palace, mas com ótimas atuações, logo voltou aos Gunners. Fez parte do lendário time campeão invicto da Premier League em 2004, mas saiu como traidor quando trocou a equipe vermelha pelo Chelsea em 2006. Entre 2006 e 2014, Cole colecionou diversos títulos pelos Blues, foi campeão da Champions e da Europa League, mas sua forma física na última temporada já estava longe de outrora. Fora da Copa e com contrato não renovado, acabou indo parar na Roma, onde até agora não se firmou e amarga o banco. Rápido e de ótima passadas, Cole já está na reta final de sua carreira, mas vai deixar saudades.
Por Luca Laprovitera
