Passeando pelos sites, blogs e grupos de Facebook, me surpreendi com os dois lados em que a torcida brasileira ficou após a derrota por 1x0 para a Colômbia nessa Copa América. Alguns passavam a mão na cabeça de Neymar, assim como a maioria da mídia também o fez. Outros o colocam como principal responsável pela derrota, mas vejo que o problema está bem mais embaixo dos que eu vi se comentando até agora.
Neymar já está entre os cinco maiores artilheiros da história da Seleção e foi o principal jogador brasileiro na Copa das Confederações em 2013, ídolo do Santos e campeão de tudo pelo Barcelona, mas apesar dos grandes feitos, pela Seleção, Neymar deixou a desejar na Copa América em 2011, na fase mata-mata da Copa do Mundo do ano passado, não fez boas partidas contra Chile e Colômbia, e apesar do início fantástico contra o Peru, hoje contra a Colômbia ficou no bolso da marcação colombiana.
O fato é que Neymar virou jogador referência e as defesas irão prestar ainda mais atenção nele, vão marcar ele individualmente e a catimba vai aumentar ainda mais sobre ele. Agora por favor, não reclamem da catimba, os brasileiros também fazem. Cera, goleiro retardando jogo, brigar com o juiz, dar pancadas desnecessárias, a Seleção Brasileira sempre fez, mas a mídia esportiva local sempre passou isso como se fosse algo apenas dos irmãos latinos, uma forma fácil para justificar alguma derrota nas competições locais.
Concordando e discordando do ex-jogador e hoje comentarista Neto, Neymar realmente não precisa ser um robô, mas precisa manter a calma. Essa é a primeira competição do Brasil pós vexame da Copa e um novo vexame só irá piorar o clima da Seleção. Vale lembrar que é o principal ídolo, exemplo e jogador da equipe, fora o atenuante fato de que ele é o capitão, ou seja, o último homem que deveria perder o controle. Além de discordar completamente de Daniel Alves. O juiz não tem que saber se a personalidade do Neymar é assim ou assado, o atacante que deveria respeitar os árbitros, já o segundo jogo onde ele leva amarelo pelo mesmo motivo. O atacante ainda profere entradas ríspidas, empurrões e um temperamento onde um árbitro mais forte teria expulsado ainda contra o Peru. Agora ele fica fora dos dois próximos jogos, isso, se o Brasil passar de fase.
Para finalizar, parem de defender Neymar. Olhem e cobrem, ele já tem 23 anos, é pai e está jogando a dois anos na Europa, disputou os maiores campeonatos do mundo e já são seis anos como profissional. Piorando a situação, nem novidade isso é. Quando estava no Brasil, tivemos os episódios lamentáveis contra Atlético Goianiense e Ceará, a briga com Dorival Júnior, e até mesmo na Europa, teve problemas com Luis Enrique na última temporada européia. Defender Neymar é defender o indefensável. Se o Brasil precisa do seu talento estará bem servido, o problema é que ele vem junto com seu temperamento.
Por Luca Laprovitera