A muito tempo vejo a super valorização dos técnicos de futebol e não consigo traçar paralelos entre seus altos salários, suas teimosias, arrogância, invencionices e a evolução do jogo de futebol. Na noite desta terça feira assisti a um jogo onde a equipe anfitrião, experiente e com a moral elevada, pertencente aqueles que já conquistaram grandes títulos, tremia e tomava cuidados extremos ante a possibilidade de ser a vitima de um dos grandes atacantes da história do futebol brasileiro e mundial. Mesmo vendo o Imperador no banco de reservas os gringos mantinham a cautela e assim permitiam que o jovem time rubro negro chegasse a intermediária ofensiva com a bola dominada e tivesse algumas oportunidades para abrir o placar. Mas a falta de uma referência e de um jogador que chamasse a responsabilidade e fizesse o jogo fluir e a bola permanecer por mais tempo no campo de ataque do Furacão pesaram contra a equipe brasileira e o destino foi cruel. Escanteio, bola na área, falha dupla na marcação, bobeira na cobertura e oportunismo do jogador do Velez alteraram o placar e o jogo. Após o gol a equipe atleticana mostrou nervosismo e falta de jogadas ensaiadas e de um líder em campo. Neste momento apareceu pela primeira vez a falta de consciência e capacidade do técnico Miguel Portugal, do Furacão. Estava terminando o primeiro tempo e o time precisava de uma chacoalhada. Nada melhor do que Adriano Imperador para tocar o horror na zaga argentina que não sentiu nenhum medo na metade inicial do jogo. Pois o professor espanhol quis mostrar que tem o grupo na mão e esperou até os 10 minutos do segundo tempo para tirar a nulidade Fran Mérida de campo e errou ao colocar Mosquito. O garoto é fera, tem muito futuro e já é uma realidade, mas o jogo carecia de uma jogada de xadrez, que inibisse e acuasse o adversário e despejasse altas doses de motivação a jogadores qualificados como Mirabaje, Ederson, Natanael e Suelinton. Como a teimosia foi até os 37 minutos, restou a desesperança e torcer para a derrota iminente não virar uma goleada, que seria injusta, mas era possível. Fica a esperança que o Senhor Miguel tenha aprendido a lição ou que esteja desde já providenciando seu retorno a terra da paella e das touradas.
Júlio Castro