E na eleição da FIFA, mais do mesmo

Após esses escândalos, com direito a prisão de vários executivos da FIFA, dentre eles o José Maria Marín, Joseph Blatter se reelege para o quinto mandato seguido na presidência da FIFA.

Resumidamente: após as escolhas das sedes das copas do mundo de 2018 e 2022, nas quais Rússia e Catar foram selecionadas, deixando outros candidatos, como os EUA de fora, houve suspeitas pela de compra de votos na eleição. Autoridades americanas começaram a investigar os motivos que levaram à escolha do Catar e Rússia, especialmente se houve irregularidades, compra de votos e propina. Com isso, levantaram informações que houve favorecimento na escolha do Catar. Desenvolveram um relatório com os detalhes do suposto esquema, com as quantias e nomes envolvidos. Além disso, incluíram na investigação contratos firmados entre empresas, FIFA e federações/confederações, como a CBF. Na semana da eleição da presidência da FIFA (coincidentemente ou não) na Suíça, prenderam os executivos suspeitos de participar nestes esquemas.

Até agora, não houve maiores revelações quanto ao Marín ou informações de suas alegações, defesa, etc. Sendo que este, além de ex presidente da CBF, agora é ex vice presidente também, visto que após o escândalo perdeu seu cargo de vice presidência que ocupava até então. Só se sabe que o atual presidente da CBF, retornou às pressas da Suíça, "para poder de forma positiva, de forma correta, cumprir e dar as explicações necessárias não só às autoridades, mas à imprensa do Brasil", e que Joseph Blatter ganhou a eleição da FIFA. Não tão facilmente quanto antes do escândalo, e certamente continuará a sofrer pressão para que renuncie ao cargo.

Paralelo à isso, no Brasil, o ex jogador e atual senador Romário conseguiu viabilizar a CPI da CBF e a Polícia Federal já se movimenta em investigações, chegando até ao escritório da empresa do Kleber Leite, por exemplo.

Acredito que isso seja um resumo breve dos acontecimentos "nos bastidores" do futebol desta semana. Creio que a partir de agora seja o momento para emplacar alguns itens do MP do refinanciamento das dívidas dos clubes, como por exemplo a questão das reeleições dos mais altos cargos das federações e da CBF, rever o modelo de gestão do futebol brasileiro, deixando tudo mais transparente, trazendo a seleção brasileira para próximo do Brasil, como nos amistosos, e até a questão da liga dos clubes. Muita água ainda vai passar por baixo dessa ponte. Infelizmente, acredito que há muita coisa podre nesse meio, que provavelmente virão a tona. Mas torço para que isso seja um marco para mudanças e progresso no futebol brasileiro e mundial. Bom, a eu ver, começaram com o pé esquerdo hoje ao reeleger o Blatter, mas tenho esperanças ainda.


Flamengo de novo técnico e com Guerreiro: primeiramente a saída de Luxa. Na minha opinião o time de fato não estava rendendo e não mostrava evolução de um jogo para o outro, porém a manutenção do Luxemburgo, mesmo após a tentativa do São Paulo, seguida pela demissão do treinador, demonstrou uma falta de planejamento crônica, eu diria, do futebol, especialmente carioca, visto que o Flu fez algo semelhante com o Ricardo Drubscky. Pior ainda se de fato a demissão do treinador e a escolha de Cristóvão não tenham sido ao menos conversada e debatida com Rodrigo Caetano. Achei que Luxa exagerou nas críticas, mas novamente ficou claro que a postura da direção rubro negra, certa ou errada, não tem agradado os funcionários recém desligados do clube, como Luxemburgo, Renato Abreu, Mano, Jayme, Léo Moura (por um momento), etc.

Quanto ao Cristóvão, torço para que de certo porque vejo boas qualidades nele e nos seus times, porém não vejo muita afinidade entre seu estilo e os times que a torcida do Fla está acostumada a ver: pressionando no Maraca, trazendo a torcida junto, buscando resultado etc. Cristóvão preza pela posse de bola, equipes compactas, jogo mais lento etc. Pode ser que as características velocistas de alguns jogadores (Paulinho, Cirino, Everton etc) compensem e façam o time dar certo.

Guerreiro: acho bom jogador, mas não achei uma boa contratação para o Fla. Primeiro porque não é a posição que o time da Gávea precisa. O Fla precisa de um 10. Segundo pelo custo do atacante. Considero caro para o que ele vai acrescentar ao time, pela idade e pelas condições financeiras dos clubes também. Talvez se fosse um Robinho, valesse mais. Não seria um 10, mas é um atacante de nome, que vende camisa, enche estádio, tem imagem, é ídolo etc. Ou então investir mais pesado na contratação de um meio campo criado mesmo.


Internacional: jogou em cima do Santa Fé o jogo todo quase. Pressionou, não se contentando em ir pros pênaltis, conseguindo o gol da classificação já no final da partida. Sei que futebol não é justiça, e que a bola que originou o escanteio do segundo gol, na realidade saiu para tiro de meta. Mas o Inter buscou o tempo todo e teve boas chances de fazer o gol. Fez por merecer a vaga na semifinal, sendo o único brasileiro na Libertadores da América.


Cruzeiro: depois do escândalo da FIFA, foi a decepção da semana. Faz um excelente jogo contra o São Paulo, consegue um ótimo resultado na Argentina contra o River, e tem uma atuação desastrosa no Mineirão, mesmo jogando pelo empate. Não chegou nem perto do time bicampeão brasileiro, nem das últimas partidas realizadas. Foi apático, sem vontade, entregue, frágil, diria até infantil, pois cometeu uns erros de passes, laterais, inversões que são bê-á-bá de escolinhas de futebol. Parecia que estava disputando um jogo de fase de grupos do campeonato estadual. Enfim, muito abaixo do que pode e do padrão que o cruzeirense está acostumado a ver. Foi facilmente derrotado e eliminado dentro do Mineirão pro River. Uma pena. Perdemos a garantia de um brasileiro na final, e o que seria um jogo emocionante: Inter x Cruzeiro.



Por Ronie Attayde