Carlos Arthur Nuzman que em 2015 completa 20 anos comandando o COB |
Em quase dez anos de trabalho com o esporte, em sites, rádios e televisão, sempre constatei que era praticamente unanimidade a falta de apoio dos atletas, a maioria das federações estaduais eram falidas independente do esporte e outras muitas só sobreviviam por apoio dos próprios atletas e dirigentes que tiravam dinheiro do bolso para competir, formar competições e continuar o legado, nunca vi nenhum atleta, seja do badminton ou do atletismo falar de apoio do COB. Muitos dos atletas que estão medalhando no Pan-Americano fazem saudação militar que é criticada por uns, entendível por outros. A falta de apoio é tão grande, que eles tem que se "alistar" ou se "vender" ao exército para terem boas condições de treinamento, que as Federações não dão e principalmente, o COB não dá.
Centro de Formação Olímpica do Nordeste |
Ainda em 2015, Fortaleza deverá inaugurar o Centro de Formação Olímpica do Nordeste que faz parte do legado dos Jogos Olímpicos de 2016. Com 26 modalidades, alojamento para quase 250 atletas, ao lado do maior estádio de futebol do Norte-Nordeste (Arena Castelão), o projeto é audacioso, mas ainda pouco para a quantidade de investimento. O dinheiro vem do Ministério dos Esportes, recebem até 10% da Loteria Nacional para o escolar e 5% para o universitário, mas pouco se vê nas escolas e universidades brasileira uma difusão dos esportes olímpicos. Eu mesmo já voluntariei por alguns meses em uma escola pública da minha cidade, e fora alguma ginástica, futsal, vôlei e carimba, nada de diferente era visto. No Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, existe um projeto de Badminton (clicar aqui) em algumas escolas, mas é um caso isolado.
Denúncias e escândalos crescem sobre Nuzman e o COB, mas não vejo nenhuma mobilização contra os dois. É uma vista tão grande contra a CBF, que ninguém olha para a figura geral e vê que o problema está também um pouco mais em cima. Estamos a um ano dos Jogos Olímpicos e apesar dos bons resultados a nível continental, o mundo ainda parece muito grande para os atletas brasileiros.
Por Luca Laprovitera