Valdivia comentou sobre toda a negociação envolvendo o Al Fujairah (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação) |
O Jogador Valdivia explicou sobre o seu retorno inesperado ao Palmeiras e avisou que a motivação não mudou.
Depois de quase ter acertado a sua transferência para o Al Fujairah, dos Emirados Árabes, o meia está de volta ao Palmeiras. A negociação com o time árabe não foi finalizada como o Palmeiras e o jogador esperavam e o Mago foi oficialmente reintegrado ao elenco alviverde.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (07), o meia explicou todo o processo da negociação. Disse que quando chegou lá, foi levado até a sala do Sheik - que é o dono do clube - e ganhou uma camisa do Al Fujairah com o número 10. Tinha um vínculo, realizou os exames médicos e então fez um pedido de 10 dias de férias que foi aceito e iria se apresentar no dia 05 de agosto na Alemanha, onde seria a pré-temporada do time.
Valdivia viajou para o chile sem chegar a assinar o contrato, porque o país estava em Ramadã. O jogador lembrou ainda que quando foi para o Al Ain foi a mesma coisa. Ele não assinou nada, só a rescisão com o Palmeiras. Afirmou que tudo o que foi feito na sua primeira transferência para o mundo árabe foi feito de novo, e ainda disse que na época, havia assinado o contrato na Alemanha também.
Após ter voltado de suas férias, o camisa 10 ficou sabendo que estava tudo cancelado porque supostamente ele não teria aceitado os valores - isso foi passado para o Palmeiras. Porém o jogador afirma que ele havia aceitado os valores e que inclusive havia um documento que mostrava isso. O jogador falou que a pessoa que estava levando a negociação com ele disse que o pai do Sheik teria tirado o apoio do filho porque falou que era muito dinheiro e que esse dinheiro poderia ser usado para construir hospitais e escolas e, sendo assim, deixaria o filho sozinho nas negociações.
Valdivia falou ainda do choque e da surpresa que teve quando voltou dos EUA e soube o que tinha acontecido. Contou que a pessoa que viajou com ele havia tentando entrar em contato com alguém do Al Fujairah, mas não obteve resposta. Eles apenas informaram o Palmeiras que o negócio não tinha dado certo por causa do camisa 10.
"O Palmeiras foi enganado, e eu fui tratado como um jogador novo. Deixei de treinar muito tempo, são muitas coisas que estão envolvidas." - Valdivia.
O meia foi perguntado a respeito de entrar na justiça contra o time, e afirmou que ganha mais força entrar na justiça junto com o Palmeiras, mas que também entrará com o seu estafe de advogados, porque são coisas diferentes. Disse que ambas as partes foram enganas, que foi exposto ridiculamente, tirou foto e falou com a imprensa local posando com a camisa do clube, foi ainda submetido a exames médicos. Falou ainda que teve de tirar os filhos da escola, falou para a mulher que moraria em Dubai. Afirmou que foi exposto e tratado como uma criança e que não deixará passar. Vai continuar conversando com os seus advogados para entrar na justiça, e o Palmeiras também.
Confira alguns trechos da entrevista coletiva com o Meia Valdivia, realizada nesta quinta-feira (07).
Quando perguntado do seu sumiço:
"Eu não era jogador do Palmeiras, era jogador do Al Fujairah. Eles mostraram para o mundo que tinham me contratado. Fez a torcida e a imprensa irem ao aeroporto. Cheguei a Dubai por volta da meia-noite e no hotel às 4h da manhã porque fui apresentado para todo mundo. Eu não sumi, eu estava na Disney com a minha família. Se tivesse sumido, eu teria pedido para minha mulher não postar fotos na Disney."
"Deixei avisado para as pessoas que trabalham comigo para bloquear os meus números de celular, para tirar as crianças da escola, tanto que a minha família está no Chile agora. Depois que voltei para o Chile, parecia que estava chegando o presidente do país, havia muita imprensa querendo falar comigo para esclarecer o motivo de eu não querer jogar mais pela Seleção. Ganhei essas férias do clube, fui embora sem preocupação. Não queria saber de telefone e nem mensagem. Foi o momento de desfrutar os meus filhos, foi sagrado. Não fiquei ligado na internet, eu saía de manhã do hotel e coltava só à noite para dormir, eu não estava escondido."
"Tenho 30 anos. Já fiz tudo pelos meus pais, e continuarei fazendo. Sou muito agradecido. Quando assinei o primeiro contrato com o Colo-Colo, a primeira coisa que fiz foi comprar uma casa para ele. Tenho 30 anos e, graças a Deus, eu formei a minha própria família. Não tem como sempre avisar o que eu farei ou não."
Quando perguntado sobre o dinheiro para o Palmeiras e a respeito de sair do clube:
"O Palmeiras precisa de dinheiro, o presidente já falou muitas vezes que não existe jogador inegociável. O clube recebeu a proposta, assinou todos os documentos falando que, naquele momento, eu sairia do clube. O que eu disse naquele momento era verdade. O Palmeiras precisava da grana e aceitou a proposta. Abri mão de 10% para ajudar o clube."
"Nem quando a Copa do Mundo terminou eu estava pensando em sair do Palmeiras, nem agora. Sei que a janela (de transferências internacionais) fechará em breve, e também sabemos que o Palmeiras sempre foi bem claro em dizer que nenhum jogador é inegociável. Se chegar uma proposta, o clube analisará primeiro e depois falará comigo. Mas a minha cabeça é a mesma, não tem essa de ficar pensando. Claro que penso no que aconteceu, mas não volto desmotivado, pelo contrário. Gosto muito do clube, tenho a história mais bonita da minha carreira aqui, e continuarei honrando a camisa."
Quando perguntado sobre a possibilidade de encerrar a carreira no Palmeiras:
"Sou muito grato ao clube, e agradecido por todo o carinho que a torcida tem por mim. Quando caiu (para a Série B), eu caí junto. Jogamos a Série B juntos. A Série B poderia ter colocado em dúvida a minha convocação para a Seleção e, mesmo assim, eu fiquei. É difícil. Sofri um sequestro, uma agressão no aeroporto e, mesmo assim, eu fiquei no Palmeiras. Gosto daqui, gosto muito do clube. Passamos alegrias juntos, grande parte da minha carreira foi aqui e continuarei do mesmo jeito."
Quando perguntado sobre o clima para voltar ao Palmeiras:
"Não vejo nenhum clima ruim. Estava tudo certo, não tínhamos dúvidas de que eu não seria mais jogador do Palmeiras. Agora, eu volto com a mesma motivação de que eu sempre tive aqui. Conheço os jogadores, conversei com o treinador e pude conversar com alguns jogadores também. O clima não mudou aqui."
"Sempre estou motivado porque respeito essa equipe. É uma instituição que me deu udo, tenho quase cinco anos aqui. Nunca fiquei tanto tempo em um lugar, e motivação eu sempre tenho. Se não tiver, é melhor ficar em casa deitado. Da minha parte, não muda nada. Desde ontem, quando voltei a ser jogador do Palmeiras, quero jogar, conquistar coisas e poder disputas um jogo em nosso novo estádio. A mensagem é essa: a minha motivação não mudou em nada."
"A minha vida continuará do mesmo jeito que sempre foi. Treinando sempre, e jogando sempre que possível. O meu carinho pelo clube não muda em nada. Tanto que o meu perfil no Instagram só tem fotos do Palmeiras. Na Copa do Mundo, eu fiz um gol e a comemoração foi dedicada ao torcedor do Palmeiras."
Quando perguntado sobre o seu retorno aos gramados:
"Por mim, voltaria ontem. Mas, nesse momento, eu atrapalharia mais o clube do que ajudaria. Assim como sempre fiz, tenho de respeitar todos os meus companheiros. Todos merecem jogar, e temos um treinador para decidir isso. Os jogadores estão se doando. Já conversei com a comissão técnica e começamos a fazer treinos em dois períodos, e aceleraremos o máximo que pudermos. A minha vontade é de me recuperar logo desses dias que fiquei sem treinar. Não posso dar a data exata que irei voltar porque tenho de conversar com a comissão."
Matéria feita por Marisa Aziliero
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