Em um jogo emocionante, o Inter bateu o Emelec por 3 a 2, no Beira-Rio,
e empatou em pontos com os equatorianos, na liderança do Grupo 4 da
Libertadores. No desempate, o primeiro lugar ainda é do Emelec - que por sinal
será o próximo adversário do time de Diego Aguirre no torneio, no dia 18, em
Manta (EQU). Com um início de jogo em alta intensidade, o Inter tratou de
empurrar o Emelec para a defesa. Nilmar, Sasha e Vitinho se revezavam em
atormentar a defesa equatoriana. Aos seis minutos, Vitinho cobrou falta
lateral, acertou a trave e, no rebote, Nilton concluiu por cima em meio aos
zagueiros. Mesmo com o temporal que atingiu Porto Alegre horas antes do jogo, a
torcida compareceu em bom número e apoiou como se estivesse em uma final. A
pressão colorada parecia tornar o gol iminente. E não demorou para que o Inter
fizesse o 1 a 0. Da intermediária, D'Alessandro lançou Nilmar. Quase como um
ponta esquerda, o camisa 7 trombou com um zagueiro, invadiu a área e deslocou
do goleiro. Um lance em que Nilmar voltou a ser Nilmar. E correu para a social,
onde se atirou nos braços do povo.
O gol fez com que o Emelec passasse a jogar em vez de ficar apenas se
defendendo. Recomendado pelo zagueiro gremista e equatoriano Erazo, os
visitantes tentaram avançar sobre Léo e Fabrício, que estavam bem protegidos.
Mas o Inter parecia enfarado e reduziu a sua fome ofensiva. Perdeu o foco
inicial e permitiu os avanços do adversário. Até que, aos 23 minutos, após um
erro de passes no meio-campo, Burbano se livrou de Fabrício e entrou às costas
de Alan. Resultado: Alisson foi driblado e o Emelec empatou o jogo.
Aos 35
minutos, uma cena sintomática: time atrapalhado em campo, torcida calada e
briga nas arquibancadas. O pelotão de choque da Brigada Militar precisou
ingressar na área da Popular a fim de conter uma briga. Pelo menos quatro deles
foram retirados do estádio pelo policiamento. O Inter ainda tentava se
reencontrar na partida quando, aos 43 minutos, uma lesão tirou D'Alessandro do
jogo. Alex o substituiu. A equipe de Diego Aguirre tentava achar as soluções
ofensivas dos primeiros minutos quando, aos 46 minutos, um contra-ataque do
Emelec envolveu de novo a defesa e Mena marcou o gol da virada. No segundo
tempo, o Emelec passou a enervar o Inter desde o primeiro minuto, com o goleiro
Dreer. Mena por pouco não fez o terceiro. Em seguida, Nilmar respondeu e Dreeer
fez grande defesa. Mas o jogo parecia na mão do Emelec, que chegava com maior
facilidade ao ataque.
Aos 14, porém, Nilmar lançou Alex, que invadiu a área e
bateu na saída do goleiro. O 2 a 2 voltou a incendiar a torcida e a empurrar o
time para cima do Emelec. O ingresso de Luque no lugar de Vitinho também
ajudou. A virada por pouco não ocorreu aos 24, quando Nilmar tentou encobrir
Dreer, mas o goleiro conseguiu se recuperar em tempo e salvar. Depois disto, o
Inter passou a atacar de maneira atabalhoada. Até que, aos 36, Alex cobrou
escanteio, o goleiro espalmou e, pouco depois da marca do pênalti, Réver surgiu
como um camisa 9 e deu um chutaço que passou por todo mundo e parou dentro do
gol equatoriano. Foi a virada da virada. Nilmar foi a cara da vitória. Além do
gol, acabou o jogo em uma perna só, quase emulando o saci, mascote do Inter, em
virtude de uma lesão muscular na coxa esquerda. Ele e Alex lideraram o Inter,
que por alguns momentos chegou a ver a sua situação no Grupo 4 se complicar. O Inter
renasceu em meio ao jogo na noite do Beira-Rio.
Matéria: Vanessa Carpes