O que falta ao Fortaleza?

Herói do tetra em 2010, Fabiano comemora
título com jogador e o mascote Juba
O Fortaleza sempre foi conhecido como o clube das viradas impossíveis em seu estado, casos como da Série B de 2004 faziam a torcida bater no peito de orgulho. Porém, em 2009, o clube foi rebaixado de volta a Série C depois de dez anos longe do inferno da Terceirona. Em 2010, parecia que a "mística daquelas camisas" voltara depois de alguns meses ruins. Na final do Primeiro Turno, vitória por 4x3 sobre o Guarany de Sobral, com três gols nos cinco minutos finais. Na grande e decisiva final, título nos pênaltis contra o arqui-rival Ceará que recentemente tinha subido à Primeira Divisão, tudo parecia de volta a normalidade e a volta à Série B seria tranquila.

Mas não, isso não existiu, em oito partidas, o Fortaleza empatou seis e venceu duas, conseguiu ser eliminado de forma invicta ainda na Primeira Fase da Série C, após tomar um empate no fim do jogo contra o Águia em Marabá. Os vexames foram se repetindo ao passar dos anos, em 2012, perder o estadual com dois empates é até normal pro rival que vivia melhor momento, mas perder pro modesto Oeste de Itápolis em pleno Presidente Vargas, quando tinha a melhor campanha e dentro de casa, foi duro, um 3x1 cruel. No ano seguinte, perdendo vaga pra Campinense na semifinal do Nordestão com gol fora de casa, quase sacramentando a classificação ainda no primeiro jogo, quando aquele gol de Ricardo Maranhão aos 38 minutos do segundo tempo davam o suspiro necessário. Na Série C, 2x0 contra o Sampaio Corrêa, estádio lotado ao seu favor, classificado como líder e com jogador a mais, foram por espaço, com dois gols nos minutos finais, de líder para eliminado.

Em 2014, foi pior, o Fortaleza tinha perdido apenas três partidas em cinquenta e duas o ano inteiro, mas conseguiu empatar em 1x1 contra o pequeno Macaé em frente à mais de 60 mil pessoa no Castelão, e jogar mais uma vez o acesso no lixo. Mudou-se novamente diretoria, jogadores, mentalidade, o Fortaleza vence o Sport na Arena Castelão pela Copa do Nordeste, 1x0 e agora parece que finalmente vai. No jogo da volta, derrota e eliminação nos pênaltis, normal, em se tratar que o Sport era favorito e é o único clube do Nordeste na Primeira Divisão e o Fortaleza está desde 2010 no inferno da Terceira, não é?

Atacante Waldison chora a eliminação contra o Macaé
na última Série C, em pleno Castelão
Para quem acompanha apenas dados e resultados não. Claramente o Sport poderia ter matado o jogo tanto na ida quanto na volta, assim como o Fortaleza também, classificou quem teve mais brio, mais calma, quem amarelava menos. O pênalti perdido por Lúcio Maranhão no primeiro jogo, a falta de calma na hora de dar o último passe em diversos lances, a saída ridícula de Deola na segunda partida, a entrada criminosa de Auremir, foram vários sinais que o Fortaleza iria entregar a vaga para si mesmo. Não bastava o Sport ser mais time, estar mais focado na vaga e ter mais nome, o Fortaleza ainda entrou em campo completamente atordoado. Claro que ficam os parabéns pela campanha e pela garra, o time foi aguerrido e para quem acompanha futebol, sabe que a vaga seria muito difícil. Para os tricolores, podem sair de cabeça erguida por vender a vaga de maneira tão difícil, mas tristes, por saberem que só dependiam de si mesmos para conseguir o sonho de continuar na luta pelo Nordestão.

Mas e a pergunta do artigo? O que falta ao Fortaleza? Difícil dizer. Algo dentro do Pici parece errado e tem de ser revisto, o problema passa de técnico para técnico, jogador para jogador, diretoria para diretoria. Me parece que sair da Série C é a principal questão hoje, eu vejo que tudo em volta de sair de lá prejudica o Fortaleza, que tudo remete e volta a isso, atrapalhando em clássicos, em outras competições, em quase todas as decisões, a Série C virou um fantasma eterno e tem de ser vencido, trabalhado e melhor visto por Marcelo Chamusca, porque se continuarem tratando toda decisão como algo a desafogar a crise que já dura seis anos, parece que jamais irão desafogá-la, porque a preocupação não deixa os jogadores entrarem tranquilos em campo.

Por Luca Laprovitera

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