Uma Seleção Global

Goleiro Júlio César que atuou pela Seleção na Copa de 2014
enquanto jogava pelo Toronto FC do Canadá

A Seleção Brasileira nasceu em 1914, durante 1906 e 1913, foram feitas partidas com uma espécie de Combinado Nacional que deu origem a canarinho. Jogadores que atuam em clubes das cinco regiões do país, em nove estados, quatro continentes e dezoito países já atuaram com a amarelinha, podendo no próximo dia 26 de Março contra a França, aumentar para dezenove países.

Até 1920, apenas jogadores de Rio de Janeiro e São Paulo fardavam a camisa da Seleção, foi o atacante Alvarizza, do Brasil de Pelotas-RS, o primeiro jogador de fora do eixo Rio-SP a jogar pelo Brasil. O jogo de estreia foi contra o Chile pelo Sul-Americano daquele ano e o jogador gaúcho ainda marcou o gol da vitória. Três anos depois, no Sul-Americano de 1923, o zagueiro Mica do Botafogo da Bahia foi o primeiro da região Nordeste a atuar pela Seleção. A derrota de 1x0 para o Paraguai e a lanterna da competição parecem na época não ter dado boas impressões sobre o jogador.

Hoje diversos jogadores atuam no exterior, nossos maiores craques não vão apenas para Europa, mas também para a Ásia e algumas de nossas estrelas como Kaká, estão indo para os Estados Unidos no fim de carreira. Dos 23 jogadores convocados por Dunga na última lista, apenas cinco jogam no Brasil e um deles nem na Primeira Divisão atua, caso do goleiro Jefferson do Botafogo. Foram vinte anos, até os defensores Luiz Luz (Peñarol-URU) e Martim Silveira (Boca Juniors-ARG) e o atacante Patesko (Nacional-URU) serem os primeiros jogadores a atuarem no exterior a vestirem a camisa da Seleção. Foi na Copa do do Mundo de 1934, os três atuaram na derrota para a Espanha por 3x1 e continuaram sendo presenças constantes na equipe nacional. Na época, o futebol sul-americano estava em alta, jogadores brasileiros de destaque como Domingos da Guia e Leônidas da Silva atuariam pelas equipes de Uruguai e Argentina, na época grandes forças econômicas mundiais.

Hoje, grande força do futebol mundial e continente que mais cede jogadores a amarelinha pelo menos desde os anos 90, a Europa tem uma história até recente com a Seleção. Foi apenas em 1960, que o atacante Vavá, na época jogando pelo Atlético de Madrid da Espanha iria atuar na vitória de 4x0 do Brasil sobre o Chile no Maracanã, inclusive marcando gols. Nos anos 80, muitos craques brasileiros iam para fora, Junior, Zico, Falcão, principalmente o futebol italiano chamava a atenção e convocações, nos anos 90, o Japão teve um 'boom', nomes como Dunga e César Sampaio, dupla de volantes na Copa do Mundo de 1998, atuavam no futebol nipônico. Países menores como a Grécia, cederam nomes como Giovanni e Gilberto Silva ao escrete canarinho.

Já no Brasil, a Seleção tem história até confusa, por muitas vezes representou seleções estaduais e também foi representada. A Seleção Gaúcha mesmo, vestiu por duas vezes nos anos 50 e 60, o Brasil em Pan-Americano. Em 1959, a Seleção Pernambucana representou a Brasileira no Campeonato Sul-Americano Extra disputado naquele ano. Seleções como a da Bahia, Minas Gerais e até do Amazonas representaram a canarinho em amistosos.

Nos últimos anos, a Ucrânia vem cedendo vários jogadores à Seleção, ano passado o Toronto FC do Canadá e agora o Shandong Luneng da China, a Seleção Brasileira se torna cada vez mais global, com jogadores em quase todas as partes do mundo. Eis a lista das equipes por estado e país que cederam jogadores à Seleção Brasileira:


América do Sul (80) - 
BRASIL (76) -
Amazonas (4) - Fast Club, Nacional, Olímpico e Rio Negro.
Bahia (5) - Bahia, Botafogo, Fluminense, Vitória e Ypiranga.
Goiás (1) - Goiás.
Minas Gerais (4) - América, Atlético, Cruzeiro/Palestra Itália e Siderúrgica.
Pernambuco (3) - Náutico, Santa Cruz e Sport Recife.
Paraná (2) - Atlético e Coritiba.
Rio de Janeiro (16) - América, Americano de Campos, Andarahy, Bangu, Bonsucesso, Botafogo, Brasil, Canto do Rio, Flamengo, Fluminense, Goytacaz, Madureira, Olaria, São Cristovão, Ypiranga e Vasco da Gama.
Rio Grande do Sul (10) - 9º Regimento de Infantaria, Aymoré, Brasil de Pelotas, Cruzeiro, Floriano, Grêmio, Guarani de Bagé, Internacional, Pelotas e Renner.
São Paulo (31) - AA Palmeiras, AA São Bento, Americano, Botafogo, Bragantino, Campos Elíseos, Comercial, Corinthians, Guarani de Campinas, Independência, Internacional, Juventus de Mooca, Mackenzie, Mack-Port, Minas Gerais, Novorizontino, Paissandu, Palestra Itália/Palmeiras, Paulistano, Ponte Preta, Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista, São Caetano, São Paulo, Santos, Sírio Libanês, Taubaté, União São João de Araras, XV de Jaú, XV de Piracicaba e Ypiranga.

ARGENTINA (2) - Boca Juniors e San Lorenzo de Almagro.
URUGUAI (2) - Nacional e Peñarol. 

América do Norte (3) -
CANADÁ (1) - Toronto FC.
ESTADOS UNIDOS (2) - Orlando City e New York Cosmos.

Ásia (8) -
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS (1) - Al-Ahli
CHINA (1) - Shandong Luneng
JAPÃO  (6) - Cerezo Osaka, Jubilo Iwata, Kashima Antlers, Kashiwa Reysol, Shimizu S-Pulse e Yokohama Flügels. 

Europa (77) - 
ALEMANHA (10) - Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Hertha Berlim, Hoffenheim, Kaiserslautern, Schalke 04, Stuttgart, Werder Bremen e Wolfsburg.
ESPANHA (10) - Atlético de Madrid, Barcelona, Celta de Vigo, Deportivo La Coruña, Real Bétis, Real Madrid, Real Zaragoza, Sevilla, Valência e Villareal.
FRANÇA (6) - Bordeaux, Lyon, Montpellier, Olympique Marseille, Paris Saint-Germain e Rennes.
HOLANDA (3) - Ajax, Heereenveen e PSV Eindhoven.
GRÉCIA (2) - Olympiakos e Panathinaikos.
INGLATERRA (9) - Arsenal, Chelsea, Leeds United, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Middlesbrough, Queens Park Rangers e Tottenham.
ITÁLIA (21) - Atalanta, Bari, Bologna, Como, Fiorentina, Genoa, Internazionale, Juventus, Lazio, Lecce, Milan, Napoli, Palermo, Parma, Perugia, Pescara, Reggina, Roma, Siena, Torino e Udinese.
MÔNACO (1) - Mônaco.
PORTUGAL (5) - Benfica, Nacional da Madeira, Porto, Sporting Lisboa e Vitória de Guimarães.
RÚSSIA (3) - CSKA Moscou, Rubin Kazan e Zenit.
SUÍÇA (1) - Lugano.
TURQUIA (3) - Besiktas, Fenerbahçe e Galatasaray.
UCRÂNIA (3) - Dínamo de Kiev, Dnipro e Shakhtar Donetsk.

Por Luca Laprovitera

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