Serey Die chorando ao ouvir o hino da Costa do Marfim. O jogador se emocionou a realizar o sonho de jogar uma Copa do Mundo |
Enquanto vocês vestem a camisa do seu clube, para os torcedores, vocês representam. Vocês são a esperança, vocês são os símbolos de uma paixão que não tem razão alguma, apenas sentimentos, vocês são onde uma ou duas vezes por semana soltamos nossas frustrações, alegrias, tristezas, preocupações, onde paramos o mundo por algumas horas e tudo do que a de ruim é esquecido por vocês que estão vestindo nossas camisas por aqueles pouco mais de 90 minutos.
Sei que é difícil de entender, vocês são atletas, funcionários como qualquer um de nós. Diferente de muitos, na conjuntura atual, vocês ficam meses, até anos sem receber de seus clubes, como cobrar fidelidade e amor de vocês? Eu provavelmente não teria se fosse na minha empresa, aposto que a maioria dos leitores também não, mas você são diferentes, vocês representam sonhos e junto com eles, vem uma responsabilidade que poucos empregos do mundo tem.
Vocês são o sonho dos jovens que desejam a fama, desejam ser que nem vocês, que querem vestir a camisa do clube do coração, de um clube grande, da sua Seleção, querem ser amados e idolatrados pelo talento com que nasceram. Para outros, vocês são a chance de esquecer o chefe chato, as contas altas, os filhos problemáticos, as brigas com maridos e esposas, as notas que teimam em não subir, o estressante e maçante dia-a-dia. Vocês são divisores, são os responsáveis pelo fim de qualquer preconceito ou raiva, mesmo que em frações de segundos, fazem com uma simples bola na rede, por aqueles milésimos, inimigos mortais serem amigos de infância, fazem um ateu querer se pegar a qualquer religião ou Deus disponível, fazem os mais crentes, céticos, os pessimistas viram otimistas, os velhos pulam feito crianças, os sérios riem como se saíssem de um show de comédia, os depressivos choram não de tristeza, mas de felicidade, então, jogadores, entendam: Vocês não são apenas funcionários, vocês são a nossa esperança!
Por Luca Laprovitera